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Adoçante X Açúcar: saiba a melhor forma de usufruir o melhor deles - Frutificado

Adoçante X Açúcar: saiba a melhor forma de usufruir o melhor deles

Oct 09, 2023

Os adoçantes nasceram para adoçar a vida de quem não deveria consumir açúcar, como os indivíduos diabéticos. Com o tempo, o produto foi introduzido na alimentação de quem quer manter o peso ou reduzi-lo, ou até mesmo por aqueles que acham ser uma opção mais saudável – um equívoco. Veja que interessante essa informação: até 1988, diets e lights eram considerados remédios e vendidos apenas em farmácias. Atualmente, o grande percentual dos lares os consome e hoje é considerado alimento e vendido livremente.  O uso diário excessivo ou sem recomendação pode trazer prejuízos à saúde.

O que é adoçante?

Adoçante ou edulcorante (que podem ser natural, artificial, calórico ou não calórico) é produzido a partir de substâncias responsáveis pelo sabor doce. Por exemplo, sacarina e ciclamato, derivados do petróleo (isso mesmo: petróleo); steviosídeo, derivado da planta stevia; aspartame, da combinação de aminoácidos; sucralose, derivado de uma molécula de açúcar modificada (adicionada de cloro); xilitol. Eles possuem um poder de adoçamento muito maior que o açúcar de cana (comum) e os dietéticos são recomendados para dietas especiais, como as de restrição (principalmente no diabetes) e de emagrecimento.

 E o açúcar?

Mascavo, demerara, cristal, refinado são diferentes? Continuam sendo açúcar de qualquer jeito em termos de calorias e índice glicêmico. Por isso, se a proposta é diminuir ou não usar açúcar, nenhum desses vale. Mas, em questão de nutrientes, quanto menos refinado melhor. Há um pouco mais de minerais comparado ao branco, mas que ainda assim não justifica seu uso.

Qual usar?

Em um mundo ideal melhor nenhum. No mundo real, a ideia é ir limpando o paladar gradativamente. E para receitas, o mascavo é boa dica, bem como o edulcorante xilitol. E quase sempre é possível usar quase metade do que pede na receita. Quando falamos em excesso de açúcar pensamos apenas em diabetes. Mas vai bem além. Pra se ter ideia, há um grupo de pesquisadores que chamam o Alzheimer de diabetes tipo 3, vide sua associação com o consumo aumentado de açúcar e neurotoxicidade.

 

O que pensar disso tudo?

Muitas vezes utilizamos o açúcar ou adoçante simplesmente por hábito e não é tão simples assim de se abandonar do dia pra noite. Mas, é passível de mudanças, desde que a gente queira. Nossa programação neurológica está acostumada com sabores doces e pouco conhecemos o real sabor dos alimentos em si. Você toma café com adoçante, bem docinho e desconhece o sabor do café puro de fato. Já pensou nisso? Hoje temos um volume de informações intenso. Muitos tipos destes produtos, vários estudos e muita dúvida e confusão. Nossas células funcionam sob demanda, ou seja, quanto mais eu der, mais elas querem. Além disso, existem pessoas que tem polimorfismos genéticos que as fazem ter maior necessidade de consumir açúcar. Ingerir alimentos mais amargos e ácidos, bem como gorduras saudáveis, faz com que nossos receptores celulares para açúcar sejam inibidos.

Ao acordar, evite açúcar de adição e prefira fontes de antioxidantes, como um chazinho e frutas frescas. Um chá com rodelas de gengibre e casca de laranja, limão ou maçã, que tal provar?

Usar um spray manipulado de gymnenasylvestre para borrifar na língua pode auxiliar no “desmame” do doce, já que alguns receptores celulares de açúcar são os mesmos de alguns fitoquímicos. Por isso, quanto mais destas últimas substâncias, mais saturamos os receptores e menos eles precisarão de açúcar.

E as crianças nisso tudo?

O sobrepeso e a obesidade continuam a ser uma grande preocupação de saúde pública para as crianças no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, globalmente, cerca de um em cada dez jovens de 5 a 17 anos estão com peso alterado, e esses níveis vêm aumentando rapidamente em muitos países e regiões nos últimos anos. Sem contar o diabetes entre os pequenos, seja por fatores genéticos, seja pelo sedentarismo e alimentação desequilibrada. Alimentos e bebidas que contêm stevia podem desempenhar um papel importante na redução de calorias de adoçantes indesejados na dieta das crianças (como os artificiais) e até mesmo de bebidas açucaradas artificialmente. Várias organizações regulatórias globais em todo o mundo, incluindo o Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da FAO / OMS, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos e a FDA Americana (Food&DrugAdministration), determinaram que o extrato de stevia de alta pureza é seguro para consumo pela população em geral, incluindo crianças, quando consumido dentro dos níveis recomendados. Após uma série de revisões e aprovações, esses órgãos reguladores estabeleceram uma Ingestão Diária Aceitável (ADI) para glicosídeos de esteviol de alta pureza (≥95%) expressos em equivalentes de esteviol de até 4 miligramas por Kg de peso corporal por dia. Segundo a própria Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o consumo destas substâncias é liberado entre a idade pediátrica, apenas para casos em que a troca seja necessária, como nas condições citadas anteriormente aqui no texto. Antes dos dois anos, por exemplo, não é indicado que o pequeno consuma qualquer tipo de açúcar e nem mesmo os adoçantes. Já para crianças maiores, pode ser uma ferramenta necessária, que deve ser avaliada caso a caso.

Lembrando que o excesso de peso é uma condição multifatorial, que vai além da alimentação. E que a "limpeza dos excessos" no paladar, inclusive do sabor doce, é mais que recomendada antes mesmo de pensar na substituição por edulcorantes. Se orientar com o pediatra e/ou nutricionista da família a respeito da quantidade e o tipo de adoçante que será ingerido, bem como sobre como incorporar hábitos mais saudáveis no dia a dia é fundamental.

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